


sem nos preocuparmos tanto com o ambiente, pois sabia-se que mesmo num quarto de hotel, o sentimento de “casa” é possível… ela podia estar em qualquer lugar que quisesse, e ele também… esses encontros se justificavam pelas trocas entendidas entre eles… estavam envelhecendo, e a medida que a cabeça se ajustava ao “novo” corpo, que era um pouco menos ágil, e um tanto mais meditativo, esses dois personagens conscientizavam-se do ser e ter dentro dessas atmosferas…
“_ … então a gente se percebe assim, como se fôssemos personagens de um videogame incompreensível e muitas vezes um tanto sarcástico, em que as pessoas que são crentes de um deus, nem imaginam que realmente existe um “criador” ou uma “criadora”?! (normalmente o papo entre eles era bastante profundo, com questões filosóficas da vida e dos relacionamentos, e as angústias de tentarem resolver algo que não se resolve, há não ser que existe tempo para tal…)
“_ de qualquer maneira isso não pode te impedir de continuar com a “sua criação”, afinal de contas, quando você pensa em si, você relê toda sua história até agora, as motivações que mudaram e agregaram valores diferentes e tão belos quanto os outros, que se foram… então, quem é você, e o que está fazendo aqui, que não esperar a morte chegar como na letra de Raul?!”… ela disparava dentro dele, dando choques em suas células… “_ Vamos, acorde! As pessoas que te pressionaram, aquelas que te cobraram antes mesmo de você se entender como ser e ter por aqui nessa Terra; esqueça-as. Siga as suas escolhas, porém, aprendemos que com foco e disciplina nos tornamos producentes, e assim, as necessidades são saciadas!”…
” _ Cama e comida!”, ele pensou dentro de si, todos aqueles “eles” dentro dele conversando alto, alguns gritando, outros rindo muito, outros quietos feito passarinhos presos em gaiolas, alguns choram, tantos choros diferentes como em um arco íris espectral de emoções, da alegria à dor… “_ É mais que cama e comida!”… um deles gritou bem alto lá de dentro… “_ Vamos, acorde! São seus desejos intrínsecos, a “larica” eterna, aquela fome que faz você querer engolir o mundo, e fundamentar sua existência aqui, para quantas relações forem de amizades e amores e passagens, uma vida de arte!…
Sarah é o seu “eu” feminino, e ela põe todos os sentimentos pra fora, e se interage com o real… o coelho é a Alegria, o passarinho, a Fé, já os cogumelos, bem, viagem ai!… ✌️✍️
Pra quem gosta de colorir ou pintar, dá um print na telinha, imprime e delicie-se!
eram 8 horas e 39 minutos da manhã, um sol clareava tudo, e ele podia sentir-se bem através das cortinas que “protegiam” aquelas fracas janelas… Alegria acordou com tudo e a surpresa no café da manhã, o deixou feliz para estourar a lata logo… já que os mantras eram para deixar o jubileu tomar conta com sorrisos sinceros desenhando os rostos…
átomos produziam lembranças de mudanças com variáveis espalhafatosas, ele pensava às vezes sobre isso, e em como sua vida veio mudando e o que cada mudança trouxe de acalentador e evolutivo para seu ser terreno… Alegria estava conversando com alguém, uma entidade que para ele existia, só a tinha perdido, negava, por histórias tristes de cicatrizes internas e externas, ele detestava a Dor…
então foi aí que ele percebeu com quem Alegria conversava tão afetuosamente; era com a Fé, que conseguiu visualizar as formas, as cores, as dimensões e bem óbvio, a importância daquele ser… lembrou-se de na terapia, em questão ao autocuidado, existem milhões de nós mesmos vivendo dentro de nossa carcaça, no que então reduziu-se para inteirar-nos, a Fé podia ser concluída quando, o emocional, o intelectual, o espiritual, o social e o físico estivessem em falta, e ela viria para o resgate no hoje, bastava senti-la…
“_ Se você tem Fé, se você acredita em alguma coisa em que se possa agarrar, e adivinha, pode ser você mesmo, seu trabalho, hobby ou lazer, o que goste de fazer, se tem Fé, se acredita…”, ele compreendia aquilo que ela falava, e seus olhos fitaram Alegria e Fé de mãos dadas por ele… sorrisos e lágrimas, mudanças e sossegos, água e terra, ciclos de existência…
e quando se está consciente de que em épocas volúveis de passagens rápidas demais para algumas emoções compreenderem e o corpo assimilar, sentir e se comportar, ao fato ou acontecimento em si, ele percebeu que seu físico e etéreo passavam constantemente pelas transições temporais em uma linha reta em curso com uma entidade descrita como o futuro…
agora meio percurso se foi, as lembranças que chegam, e chegam pesadas… ele pensava nela muitas vezes ao dia ainda… quase dois anos depois, o que ele e ela tiveram foi algo afobado, irônico, sem nenhuma base pessoal ou qualquer outra que importa, sei lá… ele estava solto por si, fases vividas depois, muito depois, quase 12 anos, entre um hiato de 13 anos passados de sua época atual, ele mudava novamente em busca do equilíbrio do seu eu de agora…
entre cigarros e algumas cervejas e água, sim, de preferência gelada, e se quiser por uma rodela de limão, por favor, não se acanhe, não… ele sorria e o mundo adiante perguntava, e agora?!… ele com aquele cerne assentado nas ideias, os raios iam tão rápido em seus neurônios, estes em pequenas explosões identificavam cada coisa que seu corpo devia fazer para executar bem as suas funções vitais, e então ele buscava o equilíbrio entre divagações sem saber o dia de sua passagem, mesmo que seja em um futuro equidistante, e o que fazer no presente enquanto está sendo um ser vivo…
alguns pontos que rolam positivamente é quando as duas partes, ele e ela se encontram e conseguem conversar e se ouvir, muito, entendendo as mensagens ditas por bocas similares, afinal sobre a definição de família, eram personagens “iguais e separados”, com muito sabor ao entendimento, e quando muito se esclarece, mais leve nos parece… alegria!
sabe quando a festa está armada esperando o convidado e este nunca chega, passam horas e horas e ele não chega… e não é por que era uma pessoa sempre atrasada não, desta vez, algo além de qualquer força explicável por leis de física quântica ou naturezas interestelares, o plano não dera certo… e claro, deveria estar tudo bem, afinal, se é aqui e agora, importava sempre arrumar como comer e onde dormir… precisava que o trabalho desce certo, e sentia-se como os contos rasgados do velho Buk, passando por certas necessidades sem ter um emprego formal, estar ali na hora do batente e receber o que tem de receber por aquilo lá que se faça e se chama de trabalho… essa luta interna que ele nunca quer perder… ele já havia ganho algumas dessas, depois de passar por poucas e boas, só que agora tinha essa diferença de ter uma gordurinha a mais para segurar os dias de “vacas magras”, onde a estiagem era por pura besteira dele mesmo, não iria reclamar com ninguém que não consigo, para si em qualquer espelho…
quando o parágrafo vinha sem estar justificado, eram as estradas com suas curvas, voltas e retas, seguindo por entre paisagens garbosas e coloridas de verde… como rios descendo enlouquecidos para aquele encontro com o mar, as brincadeiras dele com alguns amigos por entre pedras arredondadas e águas lisas… era por que havia perdido a direção, ou não fez todas as previsões, na real essa não tinha como saber, e ele estava ali, entre um limite que quase nunca gostou, o de decidir logo para a perda ser mínima… era o justo momento de quebrar então todas as falésias de suas escritas, suas críticas enlaçadas de negar a si mesmo as delícias das palavras consideradas sujas para os pudicos, de não saber lidar com energias que não entende, e como é que faz então!? ele se perguntava coçando a cabeça, e por que não é escrever a palavra “diabo” que faz a coisa ser ruim… é a energia que você coloca nisso, nelas, nas palavras, por que se fala “amor” e não pratica (o amor), dá igual…
Não volta, não volta, a gente não volta, o passado já se foi, e muita gente não tem… Volta…
365 dias rodando sem parar, é a Terra que está girando e a gente aqui dentro que está pirando… é então… que o universo mostra o que quer, se passou sua saída, não está nada perdido… desvios e atalhos se encontrarão, a experiência te levará, significa que novos caminhos se… abrirão…
Plano a, plano b, plano c, plano d… quantos planos vão ser pra se estabelecer… vamos cantar todo alfabeto e no final continuaria tudo incerto… priorizar, focar, desenvolver e… planejar… caiu na mão do universo, ele rasgou todos os papéis, tocou todas as cordas ao mesmo tempo, não deu nem de pensar…
Parece loucura, é como se nos escravizássemos pelas escrituras… os horários estão marcados, os gados serão selados, uma fila de mil, sua cabeça vai explodir, chega desse horror é o que você pensa, vai pra poutaqueropareo!!!
Não volta, não volta, a gente não volta, o passado já se foi, e muita gente não tem… Volta…
Pensou e pensou e se cansou de planejar, se o universo quiser, é o que a energia mandar… claro que importa o caminho a seguir, porém deixe a mente aberta e o coração para sentir… precisa ter certeza, falar com clareza pra ele te escutar, o universo não é surdo, ele irá vibrar…
são tantas decisões com tantas opções, e um tempo único pra se usar, são tantos sentimentos, são tantas sensações para estar lá… no entanto, só com sabedoria… por que… o tempo vai… é… o tempo vai…
é, e isso vai acabar… o tempo vai… e isso vai acabar…