e o carinho recebido pelas pessoas da estrada, dessa longa caminhada que se torna uma jornada recompensadora demais… reconfortante demais… e mesmo sem o seu amor… aquele que sempre quis e nunca tive, pelo visto, e demorou para eu entender que nunca o tive… ainda assim, o seu encontro valeu a pena…
como diria Hilda Hilst, do que vale o amor sem putaria, escrever sem a pornografia, sem um delito de engano, uma dor no peito, cores colocadas sem o menor jeito, eu te vi pela primeira vez em uma escada curta, curta de degraus, de tamanho, uma distância minúscula e tão…
imensa…
então vivi essa ilusão de tamanha loucura, e era a minha a de acreditar, que uma amizade poderia virar mais, ser mais, por querer mais… e as diferenças eram descomunais… nenhum Sol é tampado por nenhuma peneira, que bobagem essa a minha, de não querer ver… as músicas ainda assim eram ótimas, salvavam bons momentos, gritos desconcertantes que balançavam nossos corpos e deixavam nossas mentes em plena conexão…
as idades afastadas, as estradas desencontradas, ela procurava motivo para não gostar de mim, e eu engolia aquilo, não queria crer, ou não queria ver… e de olhos fechados para um declínio fadado de um amor acabado, jamais iniciado, como um poema fútil e tolo… olhe dentro dos meus olhos agora, e procure por esse amor, sei que você se arrepende de muitas coisas, mas não disso, não de ter tentado ao extremo, a ponto de cometer as maiores loucuras, a ponto de viver a violência no coração, a ponto de sentir a dor eterna de uma costela quebrada…