Sobre o aspecto do tanto que se gasta energia e se sente cansado por tentar controlar os pensamentos, obrigando a mente a flutuar em coisas aleatórias, ou de forma positiva em relação aos assuntos que rondam o cotidiano humano. As notícias de jornais que o digam… Mas não vamos por ai, e é por isso que se torna necessário praticar o auto controle, tentar entrar dentro de si, da própria mente e expandir as ideias para uma reconexão neural. Isso é possível, as células precisam de um novo programa, de novas instruções. Obrigue-se a pensar diferente. Deixar os caminhos livres, pois são experiências que vamos tendo e filtrando, vale mais se forem apenas opções boas, os bons aprendizados. Quem poderia dizer que ele não sentia, via, ouvia e se tinha sido aquilo que ele falava que era real para ele… Era dele! Não se pode sentir pelos outros, podemos ouvir as histórias, até nos emocionar por elas, mas só adquirimos tal saber quando acontece conosco. Sábios aqueles que aprendem desde cedo a ouvir os ensinamentos dos mais velhos para tocar a sua própria caminhada. Podemos ouvir que tem uma pedra no caminho, e até podemos acreditar que sabemos como removê-la. Porém com as dicas, os atalhos surgem. É seguirmos mais suave por que o final é igual para todos, então a estadia aqui tem de ser boa, certo?! Certo! =)
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Da onde veio, para onde vai… =D
Por exemplo…
Sei que ser considerado louco na maioria das vezes é por que alguém está fazendo alguma coisa de forma diferente ou não usual. Aquele lugar comum que nos dá a falsa segurança de que as coisas estão encaixadas como engrenagem. Por isso foram criadas as “rotinas”. Cada um tem a liberdade para criar a sua própria, e a gama de peças desse tabuleiro é enorme. Porém somos seres inconstantes, a ciência é teórica, e quanto mais ela comprova nos mostra que rotinas são a base dessa loucura toda. É sempre um fator dependente dos pontos de vista, por isso o respeito também é importante. Saber ouvir e saber falar. E é louco aquilo que não nos é costumeiro, pois para quem pula de paraquedas todos os dias, o perigo está para quem usa carros todos esses mesmos dias…
Baile para a morte
O dia em que ela matou a própria morte, usava um vestido vermelho de tecido leve, com uma cintura apertada deixando a saia rodada. Era de alça e provocava com aquela tatuagem de rosa que aparecia em seu ombro direito. O encontro não tinha sido combinado. Ela sempre foi uma mulher voraz. A noite era sua melhor amiga, engolia a balbúrdia, bebia loucura, vomitava verdades. Sempre foi uma pessoa forte. Quando decidiu pedir demissão sabia que entraria em uma espiral caótica de prazeres descontrolados. Não haveria mais regras, horários, rotinas. Apenas o baton vermelho acentuando seus lábios, o delineador deixando seus olhos negros maiores e mais misteriosos. Conquistava quem queria, dormiu com as mulheres mais desejadas da noite, com os homens mais inescrupulosos da vida, com velhos, com gordas, com desajustados, com brancos e negros, com pessoas de quem ela sugava toda a energia, e deixava lá, apodrecendo em lamúrias por não querer mais estar ali. Arrasava os corações alheios e não se importava nem um pouco com isso.
Foi quando finalmente conheceu aquela pessoa, um desafio incrível, pois naquela androginia, não se definia uma figura humana. O mistério a deixou sedenta de desejos. Há algumas semanas um homem chorava aos seus pés em prantos. Suplicava para ela não ir, lhe ofereceu jóias, dinheiro, tudo de material que uma pessoa pode querer. Lhe ofertou inclusive muito poder. Tudo para ela ser somente dele. Porém, ela tinha essa alma livre, havia conseguido algo muito maior do que qualquer coisa material que ele lhe havia oferecido, e portanto fechou a porta atrás de si, deixando o homem largado no chão frio. Ele a amaldiçoou. Procurou por uma dessas bruxas. Dessas que fazem vodu. E pagou um dinheiro alto para fazer aquela mulher ter um encontro doloroso com a morte.
Agora ela estava diante daquele ser diferente, que lhe mostrava uma beleza sedutora, porém incomum. Houve as trocas de olhares como um flerte inicial. Depois de alguns drinques, risadas e um excelente papo, ela já havia caído na lábia daquele ser. Ele a convidou para se retirarem daquele bar. Ela pegou o casaco com o garçom e o seguiu. Aquele indivíduo disse que teria uma surpresa para ela. Levaria-a para dançar num lugar calmo, onde pudessem continuar se conhecendo e se curtindo, num outro ritmo.
Em momento nenhum ela se espantou ao entrarem por um grande portão de ferro desgastado e muros cheios de limo. Lápides surgiam em sua visão, e um descampado grande, com uma área central de pedra polida. Ela conseguia ouvir a música, mas não viu pessoas tocando ou algum tipo de aparelho de onde pudesse sair aquela melodia inebriante. Ficou tonta, pelo vinho, pelo ar, pelo ser. Dançaram por muito tempo, com os corpos colados finalmente.
A morte se apresentou. Mostrou sua face sem expressão, indistinta. Não era um homem, não era uma mulher. Não era feio nem bonito. Era o que nós todos temos dentro de nós mesmos, uma caveira. Aquele sorriso grande e reto, e um fraco brilho nas cavidades oculares. Espantou-se por ver que ela não tinha se afetado. Muito pelo contrário. Estava com um sorriso nos lábios. O vermelho deles ressaltou quando ela puxou um trago de um cigarro elegante. A morte não percebeu aquele momento. Quando foi que tinha perdido a situação. Se sua forma fosse carnal, onde estaria o orgão vital desse ser? A mulher soltou a fumaça, levantou os olhos em direção a morte, e enfiou uma faca reluzente em seu corpo. Ouviu o barulho de carne rasgando, raspando ossos, deixando o semblante da morte em perplexidade.
O universo inteiro virou de cabeça para baixo. Mil “big bangs” aconteceram ao mesmo tempo, diversos planetas e histórias foram surgindo e se apagando. Cometas e estrelas. Seres de todos os tipos que a mente humana pode imaginar. Plantas e seus cheiros marcantes. O tempo girando ao contrário. O espaço distorcido e a água. Os corpos. Os ossos e o sangue. Ela soltou o instrumento fatal, se virou de costas com uma elegância única e feminina… E desejou uma boa noite para a morte.
Em plena “Era Moderna”…
Ele acabara de voltar para casa de uma entrevista de emprego. Ela estava ansiosa esperando na cozinha, já retirando duas cervejas geladas da geladeira para uma pequena celebração. Quando suas expressões se cruzaram a alegria dela sobrepujou o desânimo dele. Ele segurava uma pasta grande de couro no formato A3 debaixo do braço. Tem algumas tradições que não mudam, sempre igual. Entrevistas de emprego queriam ser modernas, queriam acompanhar a tecnologia, acreditando só por que existe um site ou um aplicativo que “ajuda” a arrumar o emprego seria uma solução para ele. Não era. Ela olhava para ele com orgulho, não importava o resultado negativo da entrevista, no entanto mais importante era quebrar os tabus. Lembrou-se do início dos anos 90 quando um jogador de futebol famoso apareceu usando uma saia grande. Aquilo para ele era demais. Imaginou que delícia sentir a brisa nas partes baixas. Ela o abraçou consolando-o, e então tiveram um pequeno debate sobre como se sentiam sendo homem e mulher, num mundo vivendo sob o machismo. E as relações de masculino e feminino avaliadas de formas diferentes com esse atraso mental, que em pleno século XXI ainda discutiam sobre a relação da nudez masculina e da nudez feminina…
Pode um elogio ter alguma intenção de cantada ou sei lá mais o que pensam sobre, podia ser só um elogio mesmo, por curtir a pessoa, o trampo, ou seja lá que porra fazem, qual o problema com o elogio?! Se for homem hoje em dia é quase um crime, ou é… Se é de uma mulher para uma mulher, viva o mundo moderno e o espaço das mulheres, mas se elas o fazem a um homem, serão o que? Ainda tem gente pensando que seriam assanhadas, que elas são ousadas e não mereceriam talvez, dependendo da profissão, um julgamento melhor. “Santo atraso mental!” Ele exclamou para ela. “Eu estou usando saia sim, um calor danado lá fora, e tem gente hoje pensando que eu deveria estar engravatado para ser um ser humano melhor… Sério?… A maioria das pessoas que encontramos na estrada”, ele comentou com ela, que concordou pois participava dessa experiência, “eram os mais humildes, os que nascem nos lugares considerados baixa-renda, ou comunidades, de pessoas mais rústicas, consideradas inclusive ignorantes pelos estudados das capitais”… Chamam de comunidades de pescadores, ou de caipiras, não importa, são muito mais “gente” que os de terninho risca-de-giz.
Possibilidades…
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A papisa
Conta a história da vida, que havia uma mulher de plena sabedoria que ficava sentada em seu trono em frente a um grande portal. Algumas pessoas que lhe pediam auxílio, o recebiam, de forma duvidosa, pois ninguém tinha certeza se queria mesmo atravessar o portal. Ela segurava um livro grande, com a capa adornada e com muitas e muitas páginas. Sempre que alguém chegava para se aconselhar, ela abria o livro, contava uma história, e fechava o livro. Os ensinamentos são longos, caminham por toda a vida. Não pode me perguntar algo que terá uma resposta direta, pois não existe o sim, não existe o não. Apenas a sua experiência que te levará através do portal.
Uma vez recebeu a visita de um jovem. Ele, um viajante, carregava uma trouxa em seu ombro e estava perdido segundo as pessoas que olhavam para ele. Suas roupas esfarrapadas, que não combinavam em nada, sugeriam que era um mendigo. Porém ele sempre falava, sou um andarilho, sou um viajante, estou em busca de algo, mas ainda não descobri o que… Foi assim que chegou até A Papisa. Ela lhe sorriu delicada, e abriu seu livro contando uma história de coragem, de força, no entanto como todas as outras, de duvidas que somente com paciência poderia-se superar. Como viajante ele não temia o desconhecido, havia visto muitas cidades, conversado com muitas pessoas. Passado por momentos que poderiam ser ditos mágicos, como quando estava sem nada para comer e surgiu aquele sujeito barbudo com uma metade de um prato. Ou quando fugiu de guardas após ele surrupiar o colar de uma jovem princesa, apenas pela aventura, apenas pelo desafio, apenas para olhar nos olhos dela e declarar seu amor… É claro que o colar foi devolvido, mas não me perguntem como pois isso é outra história. Então aquele sujeito ousaria passar pelo portal, ousaria ir além da zona de conforto.
Aquele papo sutil, com detalhes em ilação, instigou a curiosidade daquele jovem louco, que pediu licença a sabedoria daquela mulher. Ela somente o seguiu com o olhar, orgulhosa de ver que uma pessoa havia entendido, que para trespassar o portal, é preciso da sua paciência, porém é preciso ter a coragem de um louco também.
Criando… o que?!
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Só Parece…
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Razão e Emoção
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