e quando percebemos um ano virou dez anos e passa tudo tão rápido, como se estivéssemos voando em uma nave desgovernada sem entender direito o que está rolando… ainda assim, é lindo né! Dez anos passam num piscar de olhos, num estalar de dedos, e quando se percebe está chegando o tempo final, aquele encontro jamais negado e que não sabemos quando irá acontecer, no entanto queremos que demore sempre mais alguns anos… para aproveitarmos mais, ou tentar entender mesmo o que rola; ou não, só segue a viagem todos esses anos adentro curtindo o presente do dia; “presente!”
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Poema do Agradecimento
estavam conversando e fumando um baseado e rindo muito lembrando de histórias passadas e entusiasmados entre si pelos planos futuros, e se conscientizando do momento presente onde estavam ali, trocando juras de amor e fluidos corporais com muito tesão… e ela teve essa ideia de fazerem como se fosse uma reza, um mantra, podem chamar do que quiser, para agradecerem a tudo isso, e ele chamou de poema…
_ Eu agradeço pela vida, por tudo que vivi até hoje, eu sou muito grato!
_ Eu agradeço pelo nosso encontro, eu sou muito grata!
_ Eu agradeço pelo nosso encontro ter sido no litoral, na praia, dentro do mar…
Risadas!
_ Eu agradeço pelo seu suporte, por me aceitar!
_ Eu agradeço pela sua paciência, por me ouvir!
_ Eu agradeço pelas oportunidades que me dei, e que nós estamos nos dando!
_ Eu agradeço pelo seu abraço, seu carinho, esse início de sentimento de amor!
_ Eu agradeço a gente por nos dar então, essa oportunidade e com a idade em que nos encontramos, por amar novamente!
_ Eu agradeço por você gostar de cozinhar, por que sou preguiçosa!
_ Ei! Eu também sou preguiçoso!
mais risadas…
_ Eu agradeço por você ser delicioso na cama, e fora dela também! Hahaha
muitas risadas
_ Eu agradeço pelo seu beijo lento, pelo seu cuidado comigo!
ele segurou as mãos dela com determinação…
_ Eu agradeço à você!
_ E eu, à você!
Mancha no Raio X…
_ Será que algum dia você conseguirá esquecê-la?… ela perguntou enquanto fazia cafuné nele, que se encontrava deitado em seu colo; ela e ele estavam nus em um sofá coberto por uma manta de tricô colorida.
_ Gostaria de não sentir mais nenhuma dor… ele respondeu… _ Uma vez fui em uma médica, clinica geral era sua especialidade. Havia se passado pouco mais de um ano que eu quebrara a costela. Ou as… Dá para entender, eu sempre fui cuidadoso com o meu corpo, sempre evitei a dor, por que na verdade, é a coisa que mais odeio da criação de toda a vida; odeio a dor. E irei senti-la para sempre, como se fosse um aviso, uma maldição; como se fosse algo para eu saber, e sei lá… ele ajeitou o corpo ficando de lado, do lado onde não doía… _ Essa médica me disse que para minimizar, eu teria que estar magro, assim, meus músculos gordos não puxariam a costela… ele fez um carinho no queixo dela com a mão direita…
_ Você… ela parou de falar e pensou um pouco antes de continuar a pergunta… _ Ainda gosta dela?… ela devolveu o carinho fazendo um remelexo na barba dele…
_ Eu não sei quantas costelas eu quebrei, na verdade, no raio x não deu para ver, os ossos se calcificam rápido. Nosso corpo, é uma máquina forte de recuperação, não quer morrer. As células, o sangue que corre, tudo, afinal… ele levantou o corpo e sentou-se bem próximo à ela… _ Uma vez li, ou ouvi, sei lá, não tenho me lembrado bem das coisas, minha mente me confunde muito; de qualquer forma, nosso corpo é perfeito demais, e ele vai se recuperar para então… _ ele deu um suspiro profundo e terminou a frase colocando as duas mãos no rosto dela… _ … Morte!”… ficaram se olhando de um jeito que parecia o infinito… _ O corpo morre quando todas as células e suas funções estiverem trabalhando no máximo, no ápice da perfeição dessa máquina de carne, ossos e tudo mais, daí nesse momento, a morte ocorre por que tudo cumpriu sua função… ele concluiu…
_ Ela é a pessoa que você mais amou? Mais… ela parou a pergunta no caminho…
_ Não!… ele respondeu apressadamente e pausou… _ Não, sei!… aquele momento de silêncio que dura um segundo e parece uma eternidade de constrangimento…
_ Desculpa, eu não devia… ela estava no meio da frase…
_Não! Não me peça desculpas! Nunca… ele colocou um dedo sobre os lábios dela… ela deu um leve beijo nele…
_ Ela foi a pessoa pela qual minha entrega foi tão absoluta; tão absurda; tão intensa e tão… ele olhava para ela nos olhos e estava sendo sincero consigo mesmo… _ intima. Foi a pessoa a quem eu entreguei a minha intimidade. Não havia vergonha. Medo. Covardia. Nada disso. Eu estava inteiro para ela, me entreguei para valer. Acreditei muito no meu amor. Mas sabe… ele parou por um segundo sem desviar o olhar dela… e ela o acompanhava…
_ Acho que ela não quis; não me queria de verdade. Éramos amigos, tínhamos muitas coisas em comum, muitos gostos em comum. Mas era nítido que ela brigava consigo mesma para não me amar… de novo o conto desviou para outro tipo de enredo, as lembranças talvez fossem mais doloridas, porém mais suportáveis do que as memórias gravadas em suas costelas… _ Eu creio que eu não soube administrar meus sentimentos por ela, confundindo-se com o amor de ontem, hoje nós não temos nem mesmo uma amizade… _ Eu não quero colocar nenhum peso sobre o que eu e você estamos tendo, nenhuma obrigação ou preocupação… ele parou relutante…
_ Me faça esse pedido!… ela respondeu abraçando-o tão forte que pôde sentir seus seios e mamilos fundindo-se com o peito e os mamilos dele… _ Me pergunta, pois você já sabe a resposta; eu te quero!
_ Me ajuda a esquecer?!… lágrimas rolavam de seus olhos enquanto ela o beijava carinhosamente por todo o rosto…
mais um FIM?!
“Sinceridade até o Talo!…”
_Argh! Isso é bem nojento, não acha?… ela perguntou para ele enquanto terminava de fazer um chá de ervas cidreiras em um bule à moda antiga olhando para a TV…
_ Bem, pense nisso em uma analogia com os humanos sabe, nós, os soberanos do planeta… ele esticava uma toalha de tecido sobre uma mesa quadrada naquele espaço que poderia ser chamado de cozinha…
_ Como assim?… ela perguntou curiosa…
_ Uai!… ele exclamou… _ Imagine, um fungo que faz você ser outra coisa, e fazer coisas que normalmente não faria, e pegaram essa ideia para criar esse jogo incrível, e que agora virou uma série de TV…
_ É… ela parecia pensativa… _ mas cara, é loucura não acha… ela continuou… _ Um fungo que transforma a gente em; zumbis!, Imagina se isso acontecesse de verdade… eles caíram em risadas (na língua portuguesa, segundo as regras gramaticais, quando falamos de ele e ela, no plural principalmente, o todo, o total, e as pessoas, vão ser citadas com um pronome “masculino”, e isso vem sendo atacado por muitas pessoas na atualidade… as regras de uma língua, por que quem as criou foram os “machos”…) seguindo…
_ Na real pensa nisso em quando somos crianças. Imagina que o fungo na verdade, sejam nossos pais e mães, que nos ensinam enquanto somos bem novinhos que o que é certo é falar a verdade, e que mentir é feio, errado e causa problemas; e quando nos tornamos adultos, o que mais fazemos é mentir para, ou nos dar bem, nos safar de algum problema, ou tentar minimizar e fazer as convivências com as outras pessoas serem… hmmm… boas!
mais risadas
_ Cara, isso não está certo, você concorda?… ela perguntou dando uma bebericada no chá.. _ Delícia né!… ela estava sorrindo…
_ Sim! Concordo com você!… ele também bebericou… _ Quando somos crianças nossos pais nos ensinam a sermos cada vez mais verdadeiros, com as palavras principalmente, já que com os sentimentos nós somos, dificilmente uma criança sabe… ele pausou… _ Fingir… ele seguiu…
_ Então que caralhos a gente mente tanto?!… ela perguntou indignada… _ É para socializar, para trabalhar, para o que?!… ela realmente estava indignada!
_ Daí somos adultos, falamos o que falamos, nos perguntam, e as respostas na maioria das vezes não vão agradar aos outros… ela estava gesticulando e arrumando as roupas no corpo… _ Então por que nos perguntam? Querem que a gente finja para agradar? Melhor que não tivessem nos perguntado né!… ela deixou a xícara na pia e chegou próxima a ele… _ São nossos pais, nossas irmãs, nossos parentes, primos, tias, sei lá… ela terminou de falar para chupitar novamente…
_ É!… ele respondeu, abraçando as pernas dela… _ Será, que seria melhor; se nós então… ele parou de falar e ela completou…
_ Mentíssemos sobre tudo?!… ela sentou-se no colo dele… _ fingíssemos estar bem o tempo todo, praticássemos os atos, trabalhássemos como robôs em fabricas, apenas apertando os parafusos e pronto?!… ela se ajeitou no colo dele…
risadas…
_ Estamos sozinhos nessa meu amor!… ele fez um afago nos cabelos dela…
_ É melhor assim! Por que se eu descobrisse que você mentiu para mim… ela apertou os olhos para ele…
_ E se eu descobrisse que você mentiu para mim… ele repetiu o gesto dela…
na real, se só importa a verdade, e só a verdade… os dois perguntaram para todos os que estavam lendo…
_ Vocês estão vivendo de acordo com as suas verdades?!…
“Continuando…”
bem e lá ia ele para o banho de mar ter seus devaneios alucinantes sobre o viver e os acontecimentos entre o nascimento e a morte… vamos chamar ele hoje de José… tudo bem pra vocês? José é um bom nome? Irão criar empatia com ele? risadas… e mais risadas…
_ Não! Para cara, você já está delirando! Hahahaha… ela falava entre as risadas dele…
_ Tem tudo haver né?! Devaneios, delírios, oh, oh… ele fez um gesto com a mão e os dedos como se aquilo demonstrasse a eloquência de sua fala…
_ Não! Esquece essas paradas dos nomes por enquanto… poxa, seus contos surgem tão naturalmente, você se deixa levar pelas ideias e quando vê, na maioria das vezes nem era o que estava pensando e ficou do caralho! Então esses nomes vão surgir quando tiverem de surgir… vamos voltar a nos concentrar na história deles, o que eles estão fazendo, como se conheceram, quem são eles; tipo, vamos responder essas perguntas!
_ oqueiii! Por mim tudo bem!… ele disse dando um mergulho súbito na água… e ao subir…
_ Fiquei esses dias remoendo a ideia toda… ele falava enquanto tirava o excesso de água da barba e tentava enxugar seus olhos…
_ Sim… ela o aguardava ajeitando o cabelo molhado nas costas…
_ O que você faz da vida? E a sua história, é a que você gostaria de estar vivendo?… ele fez as perguntas para ela, e percebeu a face de perplexidade que ela fazia…
_ Não estava esperando por isso… ela respondeu timidamente…
_ Bem, eu te conheço há pouco tempo. Soube que era fã dos meus contos e fiz esse convite, de escrevermos algo juntos, para desbloquear tudo; a vida, os encontros, os medos, os anseios, as vontades, os delírios que temos… ele parou e ficou olhando para os olhos dela… e ela realmente era bonita, deixava ele bobo… _ Você é muito bonita!… ele disse diretamente como uma seta que rasga o ar…
ela riu timidamente… _ Você também!… ela disse esticando o braço e segurando a mão direita dele…
ao se aproximarem, aquele tesão de encontros únicos que sabemos como é, afinal, já estamos em mais da metade do caminho… ou não?!… de qualquer forma, ele dominava bem aquilo, o ritmo como o de uma dança; com sutilezas, leves toques e beijos ardentes… ele não sabia se ela dominava aquilo, mas percebia que ela dominava seu corpo, pois seus gestos eram retos, e sua dinâmica demonstrava o que queria… e ela queria, ali e agora… o sexo mais profundo que as águas do mar podem nos contar…
Amar, Mesmo que Pareça Impossível!…

“Respeitar as Diferenças…”

“Um Roteiro…”
_ Mas como assim o nome do personagem principal vai ser Sérgio?!… ele andava de um lado para o outro com um calhamaço de papéis nas mãos…
_ Bem, ele não é o personagem principal… ele é tipo, o “Robin” do Batman, sabe… quase principal… ela deu risadinhas disso colocando a mão sobre a boca…
_ Cara, isso não vai funcionar!… ele respondeu dando tapinhas sobre as folhas…
_ Adoro quando você me chama de cara… não que eu não seja também, apesar de eu ser mulher… mas em algum momento o substantivo cara foi bastante usando apenas para os “macho” né hahaha agora ela gargalhava sem pudor…
Ele olhou de volta para ela, os papéis estavam atrás de seu corpo agora que seus braços estavam cruzados… ele abaixou a cabeça sacudindo de leve… e deu risadas também!
_ Tá bom vai… ele se aproximou dela, ela sentada em um sofá de dois lugares… ele ficou de pé, próximo ao braço onde ela se encontrava recostada…
_ Bem, pensa comigo, é um nome comum, um sujeito comum, como nosso, sei lá… ele é o que, ou melhor, o que ele faz mesmo?!… um detetive?… um informante da polícia?… um sujeito que conhece muitas pessoas e por isso é importante para todo o argumento?
_ Na real não pensei muito sobre esse personagem… ele esfregou a barba que estava por fazer… _ Fiquei concentrado nela, gostaria que ela fosse a personagem principal, que toda trama fosse solucionada e girasse em torno de seus anseios e questionamentos… e é claro, sua profissão, terapeuta, é um excelente pano de fundo não acha?…
_ Sim, eu concordo… Ela se levantou do sofá soltando a almofada sobre ele, e se aproximou dele… _ Então, você tem um nome para ela, ou estamos nesse impasse?… ela terminou sua fala e desviou dele enquanto procurava a cafeteira estilo italiana para por no fogo aceso…
_ É que sem nenhum preconceito contra “Sérgios“… é só um nome… um nome para localizar nossos leitores, espectadores, quem quer que sejam… _ Eu acho um nome muito comum, muito de professor de antropologia, um sujeito num terno velho e puído de cor marrom, uma pasta a tiracolo, também marrom, óculos de aros grossos e aquela vozinha irritante de sabe-tudo… nenhum estereótipo real, é claro, no entanto, esse nome não me parece de alguém intrépido, corajoso sabe… é mais de alguém que estaria lecionando em uma sala de aula vazia por… séculos…
os dois ficaram em silêncio um tempo…
_ Nada contra professores, “pelamor“!…_ Eu também sou professor, minha principal disciplina é a de roteiro, você bem sabe, já faz alguns bons anos, e eu adoro… talvez seja por isso, seja um nome que caberia bem na minha infâmia…
Ela separou duas xícaras sobre a pia e serviu o café para eles…
_ Já estamos com tudo preparado? Tenho fome!… ela virou-se para ele com as xícaras na mão e foi se sentar…
a mesa estava preparada com pães franceses, biscoitos com gotas de chocolate e um pote de manteiga e outro de geleia de morango… ele sentou-se também aguardando a fala dela, e ao passar por ela, tocou-lhe o ombro com leveza…
_ Olha… ela recomeçou… esse nome é um nome bacana, é um nome de pessoas grandiosas também…
_ Como qualquer outro… ele a atravessou…
_ Bem, você já fez uma pesquisa sobre isso? Quais os nomes de protagonistas, antagonistas, sujeitos quaisquer de suas histórias, com milhões de características semelhantes a qualquer pessoa no planeta inteiro, incluindo você mesmo?…
Ele acabara de dar uma mordida no pão e se respondesse aquilo voariam farelos para todos os lados… ele pensou sobre a cena e preferiu guardar sua fala e engolir o pão…
_ Que seja!… ela bebericou o café… a história em si, o que achou dela? Demoramos alguns dias para escrever toda a trama, uma ideia linda sobre essa terapeuta e suas aventuras misteriosas ajudando esse carinha aí… e os nomes servirão para marcar, criarão as personalidades deles, afinal de conta, duas coisas são necessárias pra fazer isso funcionar…
_ …Emoção e empatia. Os leitores devem se inteirar com as personagens como se elas existissem de verdade, blá, blá… ele não se aguentava enquanto levava outro pedaço de pão à boca…
_ Você está muito chato, Péricles! Sério! Um reclamão!… ela terminou de beber o café e foi se levantando levando a xícara para a pia.
_ Deixa aí, não… ele levantou uma mão gesticulando o nada… _ Não precisa lavar não… agora ele se levantava…
ela olhou para ele… um misto de raiva, curiosidade, vontade, e até… amor…
ela deixou a xícara lavada no escorredor de pratos e com as duas mãos segurou nos ombros dele… eram quase da mesma altura, se ela não fosse um ou dois centímetros mais alta que ele…
_ Olha… ela disse baixinho se aproximando bem dele…
nesse momento os dois estavam posicionados um em frente ao outro, de perfil, luz das 16h:20m (hora sagrada onde todas as cores brilham suas verdadeiras faces), a praia ao fundo com aquele cheirinho característico e delicioso, um leve vento abanava as folhas nos coqueiros…
e eles se beijaram demoradamente…