Poema das Solicitudes

acordar todos os dias

e viver quaisquer experiências

todas elas criadas por seu próprio ser,

que ao amanhecer

nascer,

renascer,

quando nas 24 horas do presente

se vive o intangível, sentindo na pele

nas flores que crescem em nossas barrigas

arrepios de construção

células em movimento

de novo, nascimento…

crescimento…

a busca pela sua própria evolução,

partindo do princípio básico…

amar!

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Passagens…

e é claro que é ótimo ter boas lembranças, sorrir com a memória de que boas situações foram vividas e pessoas queridas nas passagens da vida eram agraciadas entre si… contudo…

não dá para viver só disso, ou ficar nessa viagem de “ah, foi tão bom! Gostaria de viver isso de novo”… e adivinha só, não… nunca mais, é apenas uma vez e por mais que possa chegar perto de parecer e imaginarmos que é um deja vu, mas não é, cada segundo que foi para frente já foi, e então, tudo o que vive e sente é diferente, mesmo que as recordações daqueles sorrisos nos pareçam tão…

“familiar”…

“Atitudes…”

_ Talvez o blog deixe de ser .com… ele falava em um tom quase interno, encontrava-se sentado quase como sempre em um tapete felpudo, de cueca ajeitando o lugar para ela se sentar também… _ Essa questão do dinheiro… ele paralisou a frase quando sentiu o abraço dela… _ Parece que eu deixei um monte de coisas acontecerem e só fiquei ali, assistindo minha própria vida como um expectador sabe, olhando os carros, as pessoas, o trabalho, as compras e contas pagas, as dividas, as duvidas e o dissabor, apesar de saber que fiz um montão, procuro na memória quais as situações e me pego… perdido!… _ será que eu devia ter comprado um apê? o que é essa responsabilidade ou esse medo que a gente sente?… ele ia soltando as frases ao mesmo tempo em que vivia em uma sociedade em que uma IA podia conversar com você, e agora, no mundo real, você não saberá se é uma pessoa ou um robô…

_ Em um momento em que se encontra perdido, suas escolhas lhe parecem absurdas e o acumulo de erros fez suas contas aumentarem a ponto de você agora ficar sem saber qual o próximo passo para não cometer mais nenhum erro; tente ler tudo sem pausar, sem respirar… _ Você vai morrer!… ela estava deitada no colo dele, recebendo um cafuné lento e macio, e sorria levemente…

_ Até lá, essa coisa toda que você acha que perdeu, ou deixou para trás, ou fica aí vendo como se fosse um filme frustrado da sua vida… de joelhos as testas deles se encontravam e suas energias corriam envolta de seus corpos colorindo o espaço inteiro… _ Você sabe a resposta, essa é a vantagem da idade, da experiência, do tempo que correu, e a gente aprendeu, muita coisa! Imagina, como você que já venceu uma depressão, pode não vencer qualquer outra coisa?… sentada no colo dele com os braços circulando seu pescoço, ela possuía aquele sorriso gigante e delicioso, os cheiros se misturavam e ele e ela eram uma só pessoa, aquela que se “multiplica” sabendo de seus vários sentimentos, ações e reações…

_ Queria não ter pensamentos ruins!… ele estava com a cabeça baixa mexendo com o fio grosso do tapete como se fosse uma criancinha… _ Então nem levanta da cama, meu amigo!… ela jogava tinta em um quadro enorme, do tamanho de uma parede inteira, cores vibrantes dançando com as passagens de seu corpo…

Um Sonho Estranho…

… e aquela sensação estranha de não pertencer a lugar nenhum, foi embora junto com a vontade imensa de ir para a praia… de viajar e conhecer lugares… de novo… é um ciclo que ele começou a perceber ser muito rápido, se questionava o tempo inteiro pelas suas escolhas, onde elas o trouxeram, e agora um pouco mais velho, ele estava consciente que precisava e muito aprender a interpretar melhor seus instintos, e ler as entrelinhas do universo, mesmo que elas lhe pareçam um tanto… inusitadas, para não dizer outra coisa…

_ Não, não! Para, espera! ela o interrompeu agitando os braços e as mãos como uma dança moderna de rua, um leve sorriso e os cabelos castanhos que vinham no ombro provocavam-se ao movimento… ela era esguia, apesar de não ser alta, e os ossos de seus ombros sobressaltavam deixando-a com um estilo “desenhável”, segundo ele gostava de observar… olhava-a com tanta admiração, “uma arte viva”, ele pensava quieto, mirando-a com gosto, desejando sentir a união de suas energias, fluidos e choques elétricos… _ Sabemos quase nada sobre o tempo que só segue em frente concorda? Se ficar parado olhando somente o que fez e por que está assim agora, não irá mudar, se você não tomar uma atitude… ela complementou aproximando-se dele e sentando em seu colo de frente, com as pernas abertas sobre ele, e ele encaixando por baixo suas mãos segurando a bunda dela…

após acender um baseado, ele olhava para o teto branco e liso, com aquele lustre básico no meio… _ é tudo muito sem sentido quando ficamos só nesse pensar e pensar… ele baforou e continuou falando… _ tem esses pensadores, professores de história e filosofia, tem esses cientistas de robótica e tecnologias futurísticas, tem essas pessoas pagando suas contas e vivendo só para continuar girando um sistema criado para poucos desfrutarem do tempo com o sabor de senti-lo, e claro, tem essa gente que fala que não há nada aqui, que são divagações bobas, vazias, por que não há palavras bonitas ou complexas ou por que você não estudou quando mais jovem nas enciclopédias tradicionais; enquanto hoje há uma inteligência artificial “criando” os trabalhos escolares para vocês…

_ Hahahahaha!… ela soltou uma gargalhada enorme e muito alta, ele se encontrava agora sentado no chão ao lado dela, e os dois só usavam roupas intimas e o gato ronronava por ali também… ela colocou a mão direita no rosto dele e fez um carinho, seus olhos fixados em trocas sutis, suas vontades análogas e após um beijo leve e delicado ela falou: _ Sentiu isso agora?!… puuffffff…

ele acordou com a cama toda desfeita por que se mexera muito durante a noite… não sonhara, para ele, aquilo era mais como se o cérebro nunca se desligasse e ele ficasse pensando nela o tempo inteiro… apesar disso, as dores já não eram tão fortes, na verdade, passaram a ser mais que suportáveis, podia deitar por cima que sabia que não se lesionaria mais… só não entendia, “por que fico pensando em você ainda…?!”

“Um Monte de Notícias…”

alguns anos atrás ainda havia algum sentido, aquele nosso amigo de sempre estava sem camisa e usava uma calça de moletom larga que caberiam dois dele ali, com certeza; e ele pensava sobre todos esses acontecimentos sociais que ocorriam nesse exato momento em que ele levava a xícara de café na boca e bebericava com o olhar perdido… “_ São tantas histórias ao mesmo tempo, de tantos personagens diferentes que nem mesmo irão se encontrar; são apenas manchetes nas primeiras páginas de jornais arcaicos que cismam em enaltecer as bombas e atentados, as mazelas e as traições, em todos os tipos de relacionamentos existentes, em que há algum humano, parece haver… guerra!”

enquanto isso, mundos paralelos com tempos e energia gravitacional diferente moldam outras estranhas vidas, formatos e situações que nos parecem um tanto bizarros, onde naves que voam em velocidades inconcebíveis para lugares que podemos dizer que estão no passado ou no futuro, por que segundo alguns estudos científicos, se ultrapassarmos a velocidade da luz, já não estaremos nesse mesmo tempo… confundiu?! ao mesmo tempo, em que isso ocorre, nascem e morrem seres humanos, e o mais louco disso tudo, são as formas mais inapropriadas possíveis, sem nenhuma razão aparente, sem conexão com magia ou religião, sem levar seu filho à escola por que só pensa no trabalho e um acidente estúpido quebra para qualquer tempo aquela união, desfeita por guerras que explodem outros tipos de bomba, e enaltecemos o surfista que desceu aquela onda gigantesca enquanto ignoramos aquelas duas crianças pedindo esmolas no semáforo…

um livro jamais seria o suficiente para registrar todos os acontecimentos surgidos em infinitésimos de temporalidades gravadas por relógios tão imprecisos quanto aquele casal descontrolado que brigavam para todos verem, ciúmes podia ser o motivo, um cachorrinho amarelo atravessava a rua e o caminhão de lixo que vinha numa boa tocada, o motorista com um fone de ouvido tendo um show delicioso da “Madonna” abriu seus olhos e de repente se viu atropelando o pobre bichinho… scrinchhh, aquele monstro desviou do pequenino amarelado enquanto ela gritava em desespero que seu noivo havia sido atropelado… e não muito longe, não em outro planeta, galáxia ou circunstância… foi logo ali, dentro de um carro indo para o hospital, que aquela jovem mãe dava a luz a uma menina cabeludinha e risonha… o motorista do táxi nunca havia feito um parto, não era casado e não pensava em formar uma família tão cedo, até que seus olhos se cruzaram com o daquela pequenina, o dedinho já estava na boca, confortando das epígrafes da vida que ela teria de conhecer e enfrentar, como todos os outros… todos… menos…

as máquinas estão ficando inteligentes, estão sabendo além de copiar e gravar, estão aprendendo a criar conexões, com falas, com textos, com imagens, sons quaisquer, fotografias da vida aleatória, o que é importante para uns, e para outros são outras coisas, outros destinos desavisados, aquela sensação de controle, que as escolhas foram bem feitas, e no fim das contas, é o universo ou a energia do mesmo que direciona aquilo que quer, o que pensa, o que sente… em algum momento há uma resposta, que dá cinco minutos de sentido para tudo aquilo que viveu e está vivendo agora… apenas, medite!

Transgressões…

havia esse grupo pequeno de seres que pareciam humanos, só que em seus corpos os pelos cobriam quase tudo… não dava para diferenciar os gêneros não fosse por estarem nus e suas genitálias dançavam no ritmo das longas caminhadas… eram percorridos muitos quilômetros por dia sem ao menos eles terem noções de medida, tempo ou… trabalho! Que era nesses tempos modernos, como nos dias de hoje, quando os alarmes tocam dentro dos apartamentos claustrofóbicos de quaisquer cidades, e uma rotina inquietante tem início e fim, 24 horas depois…

trabalhar para sustentar os caprichos, que de alimento e cama, vão se tornando tecnologias insanas que contêm uma mente própria, que se ainda não é um tipo de vida, com certeza escravizou a espécie que a criou… aquele grupo, formado por 6 pessoas… não, espera; 8… haviam dois que estavam para trás, e pareciam mais preocupados entre si, com trocas de contatos físicos, olhares, grunhidos e algum tipo de coreografia que filmado por uma câmera super 8, película linda e transgressiva nos tempos atuais, poderíamos ver que no fundo, em preto e branco, eles estavam se desejando…

um deles tropeçou no que parecia ser a cabeça de um antílope ou algo assim… os chifres finos, curvados e compridos, dois buracos enormes para os olhos e a fossa nasal profunda… ossos marcados por dentes que haviam limpado toda a carcaça e deixado apenas alguns pedaços do que poderia ser a coluna e a perna dianteira esquerda… o resto do corpo não estava aparente em nenhum lugar daquele mato espesso, e ela se levantou segurando aquele “objeto” apontando para ele resmungando alguma coisa que os conectou mais ainda; os olhos deles brilhavam, e o grupo já não estava mais junto…

as lendas contam que a Arte nasceu quando o primeiro hominídeo pintou as cavernas com suas mãos, pedras e paus… no entanto, já pararam para pensar em como foi essa descoberta, a primeira objetificação visual, pegando o que a natureza oferece e transformando o tempo inteiro em funcionalidades estéticas ou ocupações para se ter alimento e cama… nem sei quantos milhares de anos se passaram, só que aqueles dois o fizeram sentir algo do cotidiano, somos súditos do que?!

“Para Novos Ciclos…”

ele estava tomando um chá de erva cidreira, enquanto rolava uma música instrumental meditativa em seu celular… a cozinha era pequena e tinha uma mesa com duas banquetas, e ele estava de short praiano e sem camisa curtindo aquele momento… a fumacinha do chá ia subindo, e ele pegou carona naquelas ideias cíclicas, que podem muito nos parecer que já vivemos algo assim, ou que as lembranças daquele lugar trariam suas posturas em relação as situações do dia… no entanto…

se nem mesmo os lugares são os mesmos, se as mudanças nas cidades são orgânicas e crescentes, expansões físicas absorvendo a natureza ao redor, transformando tudo em ambientes “humanos” ou melhor, para humanos… “_ … eu não sou mais aquela pessoa que esteve aqui, e o que eu vivi, já não existe mais. Minhas memórias são escolhas que faço daquilo que gostei de viver nesse lugar, e agora, novas memórias serão criadas em cima das oportunidades que eu me darei…” ele refletia sobre sua volta às cidades em que já esteve, aos momentos que passou, alegrias e tristezas, trabalhos e lazeres, pessoas que vão e vem…

e ele gostava de estar ali, sentia a boa energia e o acalentamento que curioso lhe deixava, ele pensava e sorria sobre isso… “_ Nunca diga nunca mesmo, por que como não sou mais o mesmo, aquele que já foi, e o que sou no agora, é incrível como podemos mudar de opinião e atitude, buscar nossas melhores versões, e a cidade onde nasci, que loucura, onde nasci, é quem me dá oportunidade de mais um “restart” de vida… com esse pensamento, nosso querido personagem seguiu, claro, sem saber o final da história (a não ser aquele profético dia que chega para todas as existências), porém com uma alegria enorme de saber que mudanças e recomeços são mais rotineiros do que nos fazemos crer…

“Razões…”

sem nos preocuparmos tanto com o ambiente, pois sabia-se que mesmo num quarto de hotel, o sentimento de “casa” é possível… ela podia estar em qualquer lugar que quisesse, e ele também… esses encontros se justificavam pelas trocas entendidas entre eles… estavam envelhecendo, e a medida que a cabeça se ajustava ao “novo” corpo, que era um pouco menos ágil, e um tanto mais meditativo, esses dois personagens conscientizavam-se do ser e ter dentro dessas atmosferas…

“_ … então a gente se percebe assim, como se fôssemos personagens de um videogame incompreensível e muitas vezes um tanto sarcástico, em que as pessoas que são crentes de um deus, nem imaginam que realmente existe um “criador” ou uma “criadora”?! (normalmente o papo entre eles era bastante profundo, com questões filosóficas da vida e dos relacionamentos, e as angústias de tentarem resolver algo que não se resolve, há não ser que existe tempo para tal…)

“_ de qualquer maneira isso não pode te impedir de continuar com a “sua criação”, afinal de contas, quando você pensa em si, você relê toda sua história até agora, as motivações que mudaram e agregaram valores diferentes e tão belos quanto os outros, que se foram… então, quem é você, e o que está fazendo aqui, que não esperar a morte chegar como na letra de Raul?!”… ela disparava dentro dele, dando choques em suas células… “_ Vamos, acorde! As pessoas que te pressionaram, aquelas que te cobraram antes mesmo de você se entender como ser e ter por aqui nessa Terra; esqueça-as. Siga as suas escolhas, porém, aprendemos que com foco e disciplina nos tornamos producentes, e assim, as necessidades são saciadas!”…

” _ Cama e comida!”, ele pensou dentro de si, todos aqueles “eles” dentro dele conversando alto, alguns gritando, outros rindo muito, outros quietos feito passarinhos presos em gaiolas, alguns choram, tantos choros diferentes como em um arco íris espectral de emoções, da alegria à dor… “_ É mais que cama e comida!”… um deles gritou bem alto lá de dentro… “_ Vamos, acorde! São seus desejos intrínsecos, a “larica” eterna, aquela fome que faz você querer engolir o mundo, e fundamentar sua existência aqui, para quantas relações forem de amizades e amores e passagens, uma vida de arte!…

Amar em Todas as Culturas

Sarah é o seu “eu” feminino, e ela põe todos os sentimentos pra fora, e se interage com o real… o coelho é a Alegria, o passarinho, a Fé, já os cogumelos, bem, viagem ai!… ✌️✍️

Pra quem gosta de colorir ou pintar, dá um print na telinha, imprime e delicie-se!

Leia e Sinta! ❤️
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