MJ não podia acreditar no que ouvira de Josias. Ele e seus pais iriam se mudar de casa, no próximo final de semana, simples assim. “Adultos são complicados cara”, ele disse de cabeça baixa. Com isso eles não teriam o personagem principal da história mais com eles. Teriam que reescrever tudo ou pior, achar outros novos jogadores. Não queriam isso, sabiam por experiência própria, ao montarem esse pequeno grupo tinham saído de grupos maiores que davam em confusões com uns querendo mandar em outros e ninguém chegava em um consenso de boa. Os três apesar de serem diferentes em muitas coisas, tinham em comum a vontade de jogar uma aventura longa, algo épico que pudessem vivenciar mais ao fundo.
“Além do Fox, leva todos as peças, o tabuleiro, livros de regras e…” MJ colocou uma mão sobre a boca de Paolo e completou… “Justo hoje, que eu queria apresentar o novo livro pra vocês. Com nossas próprias aventuras. Ideias que escrevi das conversas que tínhamos. E Fox iria se apaixonar sim, contudo iria salvar ao lado dela todos os reinos e uniria os povos em um só, a grande irmandade, preservando a cultura positiva de cada um.
Josias deu uma fungada no nariz e abraçou os amigos. Fox falou para Rato. “Fim da linha amigo”. Não irei me apaixonar coisa nenhuma. Está vendo até onde estou vendo? Tem montanhas, tem rios, lagos, tem coisas que não enxergamos daqui, olhamos e não vemos. Mas sabemos que está lá, por que ouvimos de alguém, ou que já esteve ou que conhece alguém que foi para lá. Quero ir também. São escolhas como sempre, como um jogo de RPG. Posso ficar, casar com a Princesa Macia e me apaixonar. Ou…
“Meu nome é Elisa. E o dele é Fred.” A garota de cabelos ruivos e lisos com sardinhas vermelhas na cara falava com ar alegre para MJ. Ele olhou para os dois e ficou pensando como seria a reação de Josias, caso ele estivesse na mesma escola, visto que se mudou mesmo. Já sobre Paolo, ao chegar no refeitório e ver aquela formação com uma garota ficou mais animado. Dos três era o único que falava de paixão, casamento e coisas assim para o jogo. Os outros dois garotos não queriam saber de nada que não fosse resgatar uma jóia preciosa ou ter uma batalha gigantesca contra um ser maligno como o Dragão Azul ou as Bruxas-sereias. Paolo estava admirando Elisa. E apertou a mão de Fred com muito gosto também. O grupo definitivo acabava de ser formado.
A Princesa teria outros três aliados para sua jornada. Macia ficou durona. Agora era Fedora, o Dom. Barrel, o lizard imediatamente se ajoelhou fazendo reverência. MJ Disse que iria apresentar seu NPC na próxima semana quando fossem iniciar a empreitada. E Fred já havia jogado em outros grupos e carregava consigo dois personagens. Iria decidir qual seria o principal a usar na campanha, se o velho Mago Humano HRa-Ganh ou um adolescente também humano, filho de camponeses que havia participado de uma jornada em um campeonato recente e ganho um prêmio como “melhor personagem iniciante do ano”, ou algo assim, nesses eventos que acontecem em escolas e as pessoas se vestem como os personagens. Seu nome era Donato Bandoza. E quem jogava RPG para competir sabia quem era aquele garoto gordinho com boné virado para trás e uma bolsa de alça que carregava os livros e todos os apetrechos para jogos assim. Fred era um aficionado, por sorte ou sabe se como é a vida, por vários momentos, “melhores amigos” vão e vem.
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