A dualidade ou até mesmo a diversidade de qualidades e defeitos que esse personagem compunha me confundiram a mente. Olhava-o sem entender direito, aquela figura imponente com uma longa barba. Começava por aí, não conseguia definir se era ruivo ou loiro. Era Netuno. Não era humano, nem era peixe. O que ele era? Um Deus, alguns disseram. Outros creram, sua fama ficou enorme, e a soberba veio junto. Do seu jeito imperativo, do seu jeito apenas. Porém quando as coisas iam dentro de suas medidas, era a pessoa mais doce, companheira, atenciosa e justa que havia. Todos tinham suas oportunidades, ele às vezes até criava coisas para um estranho ter seu valor em suas terras, ou melhor nesse caso, no seu fundo de oceano.
Poucas vezes precisou interagir com os seres da terra. Ele não gostava nem um pouco de usar a forma humana, e dentro dos mares tinha a segurança de todo o seu poder, controlando os aspectos físicos e os medos psicológicos da espécie que ele considerava não evoluída no princípio primordial de qualquer espécie, não destrua seu ambiente. No entanto desde que sua filha, a princesa, teve um pesadelo com um ser humano, um sujeito que ele caracterizou como estranho, com aqueles cabelos desgrenhados e um sorriso bobo como de um cachorro lambão, Netuno estava agora em alerta com o desenrolar de uma história que era uma das lendas entre os 22.
“Um sujeito sem rumo, começa a ganhar confiança e descobre que seu rumo é somente ir… Encontra muitos amores, e entende os amores de vários relacionamentos. Porém quando conhece a princesa dos oceanos, a filha de um Deus, ele se apaixona perdidamente… O amor, sempre ele…” e a lenda continua… Esse jovem andarilho está sempre aprontando alguma confusão, mas dessa vez ele pode mexer com o destino da humanidade.
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Netuno olhava pensativo para um dos muitos azuis do oceano. Qual é esse azul, ou melhor, quanto são, os azuis? Sua filha nadava com um grupo de golfinhos, e o rei dos mares sorriu… (?)