_ Então… espera! – ele estava com os braços esticados e as palmas das mãos viradas para ela como se pedindo um tempo pra tentar entender aquela ideia…
_ Você está me dizendo que estamos vivendo, o presente, o passado e o futuro, tudo ao mesmo tempo e agora, e que nós só não percebemos e não compreendemos por que o tempo em que vivemos é para nós, linear para frente… em linha reta… fazia uma expressão engraçada com a boca e mexia o corpo como uma serpente dançando…
… do filme “A Vida é Agora”, “_ A vida é curta demais para vírgulas, diz a personagem Emma Payge interpretada por Tiffany Haddish, é uma sentença muito boa para entendermos sobre a velhice, como estamos ficando velhos, quando é que nos tornamos velhos, quando no corpo ainda se reflete jovialidade e boa energia… ou a falta de disposição… ele levou um pedaço de bolo de cenoura com calda de chocolate à boca e deliciou-se… ela adorava o jeito como eram pessoas soltas um para o outro, mostrando mais do que aquele físico ou os pensamentos trocados apenas em olhares… essas duas pessoas eram uma intimidade coreografada pela conjunção astral de suas células…
_ Quantas vezes você parou de pensar, agiu e… ela piscou antes e depois de bebericar o chá de hortelã e mel, pegando na mão dele e sentindo arrepios pela pele… _ … realizou seus sonhos… o beijo saiu leve e fugaz, rodopios com o corpo e movimentos espalhafatosos a deixavam curiosa, sem compreender, como podia existir um ser assim… _ Você me confunde!… ela exclamava… _ Você gosta… ele segurou as mãos dela… _ … das incertezas? Por que é isso que vivemos; só vamos saber de uma coisa, quando ela acontece, até lá, estamos só imaginando, pensando, cogitando, sei lá, o que pode vir ou o que poderia… ser no agora!