_ Talvez o blog deixe de ser .com… ele falava em um tom quase interno, encontrava-se sentado quase como sempre em um tapete felpudo, de cueca ajeitando o lugar para ela se sentar também… _ Essa questão do dinheiro… ele paralisou a frase quando sentiu o abraço dela… _ Parece que eu deixei um monte de coisas acontecerem e só fiquei ali, assistindo minha própria vida como um expectador sabe, olhando os carros, as pessoas, o trabalho, as compras e contas pagas, as dividas, as duvidas e o dissabor, apesar de saber que fiz um montão, procuro na memória quais as situações e me pego… perdido!… _ será que eu devia ter comprado um apê? o que é essa responsabilidade ou esse medo que a gente sente?… ele ia soltando as frases ao mesmo tempo em que vivia em uma sociedade em que uma IA podia conversar com você, e agora, no mundo real, você não saberá se é uma pessoa ou um robô…
_ Em um momento em que se encontra perdido, suas escolhas lhe parecem absurdas e o acumulo de erros fez suas contas aumentarem a ponto de você agora ficar sem saber qual o próximo passo para não cometer mais nenhum erro; tente ler tudo sem pausar, sem respirar… _ Você vai morrer!… ela estava deitada no colo dele, recebendo um cafuné lento e macio, e sorria levemente…
_ Até lá, essa coisa toda que você acha que perdeu, ou deixou para trás, ou fica aí vendo como se fosse um filme frustrado da sua vida… de joelhos as testas deles se encontravam e suas energias corriam envolta de seus corpos colorindo o espaço inteiro… _ Você sabe a resposta, essa é a vantagem da idade, da experiência, do tempo que correu, e a gente aprendeu, muita coisa! Imagina, como você que já venceu uma depressão, pode não vencer qualquer outra coisa?… sentada no colo dele com os braços circulando seu pescoço, ela possuía aquele sorriso gigante e delicioso, os cheiros se misturavam e ele e ela eram uma só pessoa, aquela que se “multiplica” sabendo de seus vários sentimentos, ações e reações…
_ Queria não ter pensamentos ruins!… ele estava com a cabeça baixa mexendo com o fio grosso do tapete como se fosse uma criancinha… _ Então nem levanta da cama, meu amigo!… ela jogava tinta em um quadro enorme, do tamanho de uma parede inteira, cores vibrantes dançando com as passagens de seu corpo…