era assim que ele se sentia, um ser que carregava um caminhão de toneladas em suas costas quando tinha que trocar e-mails com aquela editora… outros amigos e colegas já haviam contado suas histórias e ele ouvia e ainda assim tinha esse delírio de querer publicar por uma editora mesmo… um deles havia sofrido e gasto tanto que resolveu abrir a própria editora para recuperar o dinheiro… bem, publicar por uma editora para ele parecia fazer algum sentido, já que se para um artista o que o fazia ser bem sucedido era estar em galerias de arte, para um escritor, era publicar por uma editora “profissional”… ou assim ele pensava sobre aquela que havia lhe escolhido… coisa mais louca!… ele escreve os “Contos Curtos” há alguns anos, e um belo dia por uma rede social ele recebeu o convite de um editor-chefe (isso parecia importante…) para ele publicar pela sua editora, e que havia gostado muito dos seus contos e que teria satisfação em publicá-los… Cara, imagina né, um sonho para qualquer escritor… só que não!…
a ironia com o atendimento o deixava maluco… ele ficava implicado com aquilo que uma vez apelidou de “poder de porteiro” ou de “ascensorista de elevador”, pessoas que sem o menor por que, fazem às vezes um atendimento implicante ao recebedor, compreenda, ele não tinha nada contra nenhuma pessoa ou profissão (mentira, os 4 anos passados o fez odiar uma pessoa, o ex-presidente, e sentia um alívio danado daquela pessoa horrorosa ter deixado o maior cargo de um país)… enfim, voltando a ideia, ele só não entendia por que algumas pessoas que estão ali para fazer um serviço de atendimento, o faziam com tanto mal gosto, com tanto ódio no coração, com tanta agonia… cara, muda de emprego sabe, mas ficar amolando e atrasando a vida dos outros não é bacana… era isso que ele estava sentindo com aquela editora…
uma tristeza! ele pensou… algo que é para ser lindo, um momento mágico para o autor, que escreveu toda uma obra com todo carinho e dedicação que ele tinha, afinal, é só o que sabe fazer, escrever… às vezes pintava, mas os hobbies não contam para esse momento… porém ser publicado por uma editora que se diz profissional não fazia mais sentido… gastou uma grana, ou melhor, investiu em si, e pensou que teria sido melhor investir em publicidade para alavancar as vendas do livro ou ajudar em alguns lançamentos do livro em cidades específicas… trabalhou para caramba para que ocorresse sua publicação, mas sentiu, que após terminar os investimentos, a editora cagou para ele!… eram tantos autores que ela pré-lançava, parecia uma garimpagem procurando a próxima Clarice Lispector ou Caio Fernando Abreu (e agora né, como vários autores e artistas, somente após a morte parece haver reconhecimento e interesse público)… uma vida que se assemelha aos ciclos de um relógio, que não há saída, sempre rodando e rodando em uma única direção…
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