ele acabara de ler um daqueles romances policiais que te envolvem a atenção até que o criminoso não esteja preso ou algo mais fatídico lhe aconteça… percebeu o quão intricado era escrever um romance assim, cheio de reviravoltas e mistérios para se resolver enquanto a história parece se desenrolar quebrando fronteiras… gostava muito de ler suspenses, pois além de lhe cativar no ato de ler em si, algo que gostava muito, e de imaginar como eram os personagens fisicamente com suas descrições físicas e psicológicas, e os detalhes dos lugares e situações, as amarrações que iam sendo feitas para que a conclusão chegasse a um final surpreendente o deixavam em êxtase pós leitura, ou seja, não iria ler durante um bom tempo até absorver tudo aquilo que tinha sido lido…
ele ficou ali sentado de frente para seu computador, a página em branco com o “tracinho” piscando, pedindo para ele colocar as palavras que gostaria para criar a sua própria encenação… “será que crio um romance policial?! será que crio uma personagem que irá aparecer em diversos enredos solucionando os casos mais complicados que nos parecem às vezes sem solução?”…
e apesar das suas duvidas, gostava muito de escrever contos curtos… gostava de tentar uma comunicação direta com seu leitor, muitas vezes e é claro, ele percebia que aquilo não funcionava tanto quanto gostaria, contudo, continuava, pois era o que sabia e gostava de fazer… até por que muitos leitores imaginavam que ele, o personagem, era também o autor, o que nem sempre é verossímil no cotidiano de um escritor… criar personagens é muito bom, mesmo que se baseie em fatos reais, a imaginação vai fluir mais se não houver nada de “concreto” no que se conta, deixando a história ganhar vida sozinha durante a devida escrita…