a chuva não dava trégua e isso só comprovava como os climas pelo planeta haviam mudado… as secas do nordeste já não existiam mais, e agora as águas tomavam conta de tudo… ele estava esperando aquela chuvarada diminuir para poder continuar sua busca… uma busca que parecia não haver fim, pelo menos não enquanto estivesse vivo, afinal, o tal lar existe?
ele conhecia pessoas que tinham esse sentimento forte e arraigado, ouvia as histórias das terras e seus moradores, os “causos” profusos de pessoas que asseguravam seu “lugar fixo” no mundo, mesmo que fosse de chão batido, mesmo que fosse nos andares mais altos de arranha-céus cinzas, mesmo que fosse próximo ao litoral… pessoas que sossegaram seus corações encontrando o “seu próprio” lugar…
ele continuava pensando sobre isso enquanto enrolava um baseado e esquentava no fogão uma água para o chá… olhou para fora e agora havia um chuvisco, leve e constante mostrando que esse lar não era ali mesmo, e que apesar de sua “fritação cerebral”, haveria de sossegar um tanto para quem sabe, quando conseguisse partir, e ganhar a estrada novamente, quem sabe…
encontrar seu “lar” ou pelo menos, um lugar que acalentasse seu interior…