Ele apertou o botão para chamar o elevador… encontrava-se no décimo quarto andar de um hotel mediano de uma cidade qualquer… esperou pouco tempo até o veículo chegar e abrir suas portas… Estava vazio, porém possuía os perfumes das pessoas que o usaram anteriormente…
Entrou e se ajeitou… carregava apenas uma mochila nas costas e ao olhar para o espelho verificou se a máscara que usava tampava seu nariz e sua boca corretamente… o elevador parou…
décimo segundo andar e uma outra pessoa entrou… era um macho da espécie humana… acenou um bom dia e ajeitou-se em outro canto… os dois seres ficaram com as cabeças baixas sem se olhar, e ele pensou em sua mente “puxa vida, por um lado, a pandemia parece trazer mais educação e bom senso…”…
o elevador parou de novo… um casal estava com uma pequena mala de rodinhas e pediram licença para entrar… ele se espremeu para não encostar em ninguém e ao mesmo tempo em nenhuma das paredes do elevador… todas as pessoas se acomodaram e o cheiro de “ranço” subiu…
ele pensou novamente sobre a situação… se fosse há dois anos atrás, pessoas estariam se espremendo no elevador, soltando peidos escondidos e criando histórias loucas em suas cabeças… agora, somente quatro pessoas por elevador, o veículo mais utilizado do mundo, segundo revistas que falam de veículos…
todos desceram do elevador e caminharam em direções opostas… ele foi lentamente até o seu carro, ajeitou sua mochila e foi embora… estava pensativo, não triste… reflexivo sobre como a vida se tornou um monte de coisas esquisitas entre os convívios dessa espécie nada producente…