É para escrever com amor… então ele foi para a sala com o notebook debaixo do braço e sentou-se tranquilamente na cadeira instalando-se de forma jeitosa no lugar… uma clássica cena pintou-se naquele momento, um celular ao lado esquerdo do laptop, um mousepad no formato da cabeça do Mickey Mouse aparava um “rato” de luz vermelha brilhante em seu entorno, e na sequencia a xícara de café, quentinho ainda soltando a fumacinha… pronto, só faltava um cinzeiro e um cigarro, e por sorte, ele havia parado de fumar tabaco e nicotina havia tempos…
Era um diálogo monótono por que um dos lados não parava de falar constantemente reclamando de si mesmo, e colocando “o todo” dentro de seus problemas (todos eles ou pelo menos a maioria desses problemas, se resolveria fazendo uma terapia de forma concreta, aguentando as porradas na cara e tudo mais…); uma luta com o ego humano e claro, parece que nesse caso esse ser humano não só depreciava a si mesmo, como achava que tinha a solução da vida ou das realizações do outro, ou seja, aquela coisa tradicional da sociedade mesquinha, olhar para o quintal alheio babando de vontade e se perguntando por que aquela pessoa é feliz com tão pouco (literalmente pensando em bens materiais e dinheiro!)…
“_Eu amo o dinheiro.”, disse a ele bebericando um gole no café e datilografando com uma velocidade fluida e rítmica, como um toque nas cordas daquele pequeno ukulele que enfeitava seu espaço… “_ … e principalmente o que ele pode proporcionar… se talvez, de forma humilde eu te falo, se você parar de ter fobia de falar do dinheiro como se ele fosse um vilão, pois ele é só um meio de se conseguir suas coisas, sejam materiais, serviços ou prazeres, isso é você quem define quando utiliza suas moedas… enfim, pense nisso com carinho, por que esse seu stress pode te matar né, muita raiva por conta de algo que se usar certinho vai proporcionar uma vida bacana até aquele momento fatídico, e não se esqueça, nunca disso… tenha uma vida plena sabendo que irá morrer, portanto, pare de se perder tanto… ops…
perdido? ele me disse que eu sou uma pessoa perdida… caí em risadas, procurando naquele momento o cigarro que não existia… você vive de pequenos, médios e longos sonhos, podemos assim chamá-los, as suas vontades, os seus desejos… quantos desses, que no ramo da economia a galera gosta de chamar de metas, você cumpre ou cumpriu consigo mesmo? quais realizou e quando parou para olhar, pensou, “caralho, que foda, obrigado!”… já agradeceu hoje?
Na minha estrada eu venho cumprindo esses sonhos com oportunidades de mais ainda, e claro, vão se adaptando e mudando, e uns viram apenas memórias, ou talvez vontades, mas não reais… não é para se realizar, pois nesse caso é um orgasmo mental mesmo, um prazer visual, que te deixa catatônico por segundos… vão haver outros tantos, será que estarei esperto, preparado, e obviamente, afim de me aventurar assim…
“_ Se você me mostrar um sentido para a vida, eu te mostro a estrada…” os cavaleiros do apocalipse tinham rivais à altura, conhecidas como as pequenas grandes virtudes, Filosofia e Ciência discutiam enfaticamente sobre esses processos mesquinhos da humanidade… Questionavam a “Economia”, e de uma maneira curiosa, essa se mostrou interessante, quando se colocou no mesmo ponto de vista da Filosofia… “se todos entendessem que a medida é particular e individual, tenham certeza que essa busca cega e cheia de guerras pelo poder que o dinheiro em teoria proporciona (lembre-se, são humanos falando para outros humanos que aquele papel tem algum valor, e nós humanos, acreditamos piamente em outros humanos, certo?! ;P) … todos seriam “ricos” em seus valores e suas medidas completas e variáveis…
Filosofia ria muito da Economia por que havia uma probleminha básico de comunicação e convivência ali… outro camarada entrou no recinto, estava usando um chapéu surrado e uma capa de chuva marrom, que escorria pingos de paciência… “_ Oi gente, desculpem o atraso, sei que se todo mundo tivessem me praticado antes, as coisas não estariam tão bagunçadas né… no entanto, acho… aaaacho, que pode ter um jeito de melhorar as coisas…” Bom Senso sentou-se do lado da xícara de café e deu um gole demorado…