Realidade Dolorida…

Acordei com uma sensação deliciosa na cabeça… inspirado pra caramba sentei-me na frente do papel e comecei a rabiscar… era engraçado pensar que um remédio que é relaxante muscular faz tanta coisa dentro do nosso corpo… o relaxamento é tão real que o externo se torna algo fácil de se viver, ou melhor, as chatices da vida nem são vistas… porém o mais louco é imaginar que remédios prescritos por médicos com o respaldo da indústria da farmácia, para fazer esse mesmo efeito, não só não o faz, como também tem piores efeitos colaterais… pensa e pensa… vai entender!

Elisa acordou sedenta… não havia mais nem uma gota de água bebível saindo das torneiras da casa… estava desorientada demais, muito rápido, por que de todos os manuais que nunca recebemos para sabermos como agir em qualquer situação e com qualquer outra pessoa, tudo o que mostram em filmes ou contam em livros está bem longe de ser a realidade… aqueles barulhos novamente… sua cabeça girava enquanto procurava por algo para beber… TOC…

TOC…

Nas primeiras vezes ela pensou que poderia ser outra pessoa… ela jamais pensou que seria um macho de sua espécie, afinal eles haviam se transformado em algo pior do que já eram… a cabeça cria muitos mecanismos de defesa, e ao mesmo tempo é como se todos os efeitos de drogas alucinógenas fossem disparados e inventamos coisas, ouvimos coisas… vemos… “homis“!

Parece bobagem né, escrever algo assim… porém já pensaram na diferença do colapso que seria, nessa tal de “civilização”… Elisa tinha pouquíssimos momentos em que se encontrava na razão, isso acontecia principalmente pois seu corpo teve que se acostumar com a falta de água e comida ingerida de um jeito desengonçado para suprir uma fome que ela nunca havia sentido… e agora seu corpo estava gritando de dentro para fora… e suas células faziam a festa, de todos os modos e em todas as direções… todos os sentidos de Elisa, quando ela estava acordada, estavam ampliados, ela ouvia, ela enxergava, ela sentia… muito mais…

Ela pensou em por que não haviam fabricas operando, por que essa ruptura das industrias, já que existem mulheres trabalhando por aí… pensou… pensou… homens apertam botões, principalmente os vermelhos… pensou… patriarcado… homens tinham cargos mais importantes… os que apertam botões pelo que parece…

Sabe o barulho da pipoca estourando, em um ritmo frenético dentro da panela, explodindo… pá… pá… pum… pá… pum… escuta isso mais alto… não-não, mais alto mesmo, aumenta o som aí; e percebe a diferença?!… Elisa só ouvia estática nos rádios… e o aparelho de TV que a muito tempo havia virado um acessório dos streamings, não ligava por nada! Ela estava exausta, faminta… e alucinando ouvindo alguém bater na porta… TOC… e gritar por água… TOC… e barulho de gritos e ossos e carne e tudo isso dentro de um liquidificador imenso em minha cabeça, ela pensou novamente…

Elisa abriu a porta e não havia ninguém lá… seus olhos ficaram embaçados pelo brilho da luz de fora da casa… deu um passo para trás e apertou os olhos… passou alguns segundos até ela conseguir focar… e o que ela viu foi muito assustador… impressionada ela colocou as mãos sobre a boca para tampar seu grito que saiu lá de dentro de seu ser… encostou a porta, passou a chave e sentou-se desistindo do que via… do que agora era real…

O autor pensou bastante se iria continuar ou não com essa história… em momentos tão complexos, talvez as histórias mais lúdicas e insólitas seriam de melhor tom… ou a realidade é dolorida porém é deliciosa de se viver?! quem sabe… vai saber! =)

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Autor: pericles

Uma pessoa apaixonada por artes em todos seus âmbitos, um artista, um professor, um escritor entusiasta desenhando com letras! =)

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