Largado e jogado como roupas sujas em um canto qualquer…
Deitado em um canto duro de concreto…
Chuva fina e chuva grossa…
barulhos noturnos que as luzes nos mostram…
os postes amarelados…
as paredes acinzentadas…
frio…
Onde estão as cores do mar…
depois de trilhas em matas verdes e espinhosas…
latidos grotescos em uma escada íngreme…
paraísos “cercados” por seres que se dizem “humanos”…
uma imensidão azul incapaz de ter valor monetário…
uma vida inteira incapaz do mesmo…
golfinhos e albatrozes voam livres…
não pagam taxas, impostos ou tiquetes…
nem mesmo passagens ou documentos para comprovar sua liberdade de ir e vir…
são os animais livres de verdade…
no melhor do que essa palavra nos dá como conceito…
um poema triste pela “prisão”… humana… desumana…
precisamos de notícias boas, de palavras boas…
de poemas bons…
sons…
sonoros como pingos gélidos…
bateres de asas de beija-flor…
o zunido da abelha…
flor e amor…
o poema chegou ao fim antes da… dor!