tarefas…

Divagar sobre o cotidiano e imaginar que tem tarefas a se cumprir, sem questionar e simplesmente sair fazendo igual… como todos os deliciosos rótulos que gostamos de colocar nas coisas e depois deturpar, mudando ao bel prazer o sentido dos sentidos, ampliando o mundo dos sinônimos, enquadrando no mesmo lado palavras ruins e palavras boas, sentimentos da mesma forma… Aquele cara estava como sempre aparentemente bem. pernas cruzadas, enrolava um baseado devagarinho, fazendo daquilo um ritual meditativo, apenas concentrado naquela “tarefa”… como todas as outras que merecem sua devida atenção, é sábio aquele que consegue se concentrar em uma só coisa e realizá-la até atingir a perfeição? e sob qual aspecto “aquilo” pode ser considerado perfeito, só pelo ato de fazer repetidas vezes e criar uma forma que ao olhar, ao sentir o toque, é suave e macio e agradável… isso é perfeito? diz a lenda que só sabe que uma cama é macia quem dormiu numa pedra… não precisamos ser tão radicais, mas nada se compara a uma cama quentinha, obrigada sociedade capitalista pós moderna dos anos 2019…

Os dois cairam em risadas gostosas, sabiam se divertir juntos e que a companhia um do outro era tremenda de agradável… ela pegou o cigarro quando ele a ofereceu. Analisou girando o objeto próximo aos olhos com um sorriso de canto de boca e soltou que “você deveria pensar sobre esse tipo de coisa, se queremos mudar uma cidade para melhor, precisamos educar as pessoas, e claro, nós mesmas”… ela colocou o baseado na boca e acendeu o isqueiro… uma chama amarela brilhou na lente de seus óculos, cara como essa pessoa pode ser tão linda…

Então passavam horas e horas a fio, tentando salvar o mundo com ideias geniais e papos regados de muito vinho em ambientes de luzes baixas… pareciam viver em seriados, loucuras contadas com risadas escandalosas… cada ato vivido, seria pensado, estaria no roteiro dos que chamam isso tudo de vida… qualidades qualificadas por pessoas que são “estudadas”, pelos seus títulos, cientistas, professores, políticos, diplomatas, “doutores” de que, se não nós mesmos que damos o poder para que deitem e rolem sobre a maioria que fica sonhando pelo próximo celular de três câmeras… para que?

E chegavam deitados e agarrados em uma cama quentinha, pensando em tudo o que estava lá fora… pensando no que estavam construindo para dentro… plantas verdes penduradas em paredes brancas em ganchos pretos… de si mesmos… eles chegavam na mesma pergunta e estavam longe de uma resposta, porém já sabiam que precisavam melhorar em muito suas ideologias e atitudes, para fazer valer a pena essa única vez…

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Autor: pericles

Uma pessoa apaixonada por artes em todos seus âmbitos, um artista, um professor, um escritor entusiasta desenhando com letras! =)

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