Era em uma lavada de louça, de um gole de água, um arrastar de pés até a esquina, o olhar perdido, o trago no baseado, a vida estava encaixada segundo o sistema, era o que todos queriam, o que todos achavam que era o caminho certo para o sucesso… e ele continuava lá, só observando tamanha loucura e se perguntando… era um carro fazendo uma curva na mesma esquina, um vendedor de iaquisoba chinês apontava o relógio para alguém, um cego com sua bengala acerta a canela de um poste, um respirar malemolente, uma poça de água espessa, e os passos caminhavam lentos, largos, rápidos, atropelados, o que todos achavam que era o caminho certo para o… certo… num jogo de vida, que mais parece um videogame onde temos apenas uma vida e poucas chances de cometer os erros que nem mesmo sabemos que são erros, pensando em nuvens e caramelos, subindo uma escadaria colorida de azulejos portugueses, fotografando com a mente o nada, e um mundo de burburinhos com gente parecendo formiguinhas, e letrinhas caindo e códigos secretos… revistas científicas e artigos jornalísticos colocando novas regras, mudando antigos hábitos, fazendo do azul a nova moda, enquanto o verde era posto de lado, para daqui tantos anos estar lá reinando de novo, e de novo… de novo… de novo…até sumir!
Muito bom.
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Obrigado! Venha sempre que quiser, sempre tem contos insólitos e ilustrações surrealistas! =)
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com certeza
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