Como pode-se julgar esses sujeitos que colocam a gente dentro de gaiolas com aberturas especiais para apreciarmos a vida selvagem, nesse caso no oceano os bichos conhecidos como tubarões. São lindos, ferozes e estão sendo instigados por seres humanos que os cutucam e balançam pedaços dilacerados de peixes que babam muito sangue para os deixarem em frenesi. Essa mesma atitude aparentemente condenável é cobrada dos turistas, outro tipo de ser humano, que se propõem a passar um tempo ali, compartilhando tal carnificina controlada. Eles pagam, e a questão é que parte do dinheiro dessas empresas que fazem esse tipo de aventura turística é revertida em pesquisas e políticas de proteção ao próprio tubarão, ou seja, aquelas espécimes que estamos ali tão próximos debaixo da água. Existem grupos organizados de protetores humanos de tubarões, para entender melhor essa espécie de peixe e poder assim compartilhar de uma forma mais “honesta” o oceano. Isso também ocorre nas montanhas, nos vales, nas savanas e nos cerrados. Nos pólos onde tudo é praticamente puro gelo, e nas florestas onde praticamente é tudo selvagem. Todas essas áreas estão cercadas, com limites visíveis chamados de reservas ambientais, para que possamos pagar muito dinheiro para vê-los em seu habitat natural, os outros animais que deveriam perambular livremente pela terra. E esse ciclo continua assim, uns pagam para ver, outros para proteger, outros para destruir. Isso ocorre em todo lugar em que há o animal que se considera dominante, a raça mais estranha, fascinante e temível de todas.
Contos Curtos da Vida Lá Fora 