Tem alguns momentos de estrada que só a memória pode fazer rolar como um filme diante de seus olhos…
Por volta do meio dia e aquela aspirante a modelo empinava a bunda em uma saia colada ao corpo que mostrava exatamente as suas formas. Que mulher linda! E o fotógrafo era um sujeito um tanto sem graça, e com certeza estava tímido por tanta beleza.
Borboletas amarelas sobre os canteiros. O barulho de um zangão. Famílias. Pessoas quaisquer. Uma interação diferente… Nenhuma. As sobrancelhas pretas e marcadas num arco… Muito linda cara!
O sol num céu tão lindo e adivinhe os tons. “Vou para a praia”… Sol de praia… Quero te desenhar, eu quero que você desenhe meu corpo… Vamos sentir isso agora…
Tem esses pontos onde tranquilo vamos trocando olhares de interesses… assim vamos…
Houveram dois casais e as duas mulheres usavam calça boca de sino. Eram lindas. Não havia folhas nas árvores, seria resquício de outono. Nenhuma flor cara. E a brisa, essa sim era úmida. Aquela garota passeava com um cachorrinho que parecia mais uma pelúcia miniatura de um leão. Passou o cara da bike usando capacete e blusa laranja vibrante… Outro passou correndo.
A garota da outra praça não saia de sua cabeça. Aqueles olhares curiosos que buscavam alguma coisa, o sorriso e ela veio falar, você não é daqui né… Em Belo Horizonte se você usa bermuda de praia para passear na rua faz parecer que você não é da cidade…
Pelo menos era mais tranquilo para desopilar onde estava agora… Um tocava violão e outro com ar mais espanhol tocava violino…
Casais distintos se misturavam estranhamente vivendo em caminhos de cores destoantes como os pombos arrulhando e batendo asas, sem nenhuma sincronia por migalhas no chão…