Há coisas na vida que não são de responsabilidade própria, no entanto você sabe que irá passar por isso, vive no mundo dos homens, das regras absurdas e dos horários impostos por aqueles que acreditam dominar através da “escravidão” disfarçada de liberdade por conta dos salários nos finais de mês. Ele acordou hoje cedo para resolver justo umas “pendengas” burocráticas. Esses processos humanos são engraçados demais pois nunca depende de uma pessoa apenas. Nunca é um contato reto e direto. E hoje em dia ainda temos as “máquinas”. Ela lhe disse “para o atendimento humano, você deve apertar tal número…”. Você tem de estar bem e vibrando numa vibe boa e torcer para que o outro lado esteja igual e as coisas irem tranquilas.
Como ele ainda estava sonado, a leveza é natural pois alguns movimentos para esse jogo são mecânicos, quase involuntários. O atendimento foi rápido e pode-se dizer até agradável, com sorrisos e gentilezas sutis. Alguns minutos depois já estava liberado e esperava um dia assim. A troca com pessoas mesmo quando não queremos passar pela burocracia é quase obrigatória, já o resto, tanto família quanto amigos, é por escolha, sem nenhuma obrigação.
Durante os loucos anos de estrada, não precisou de documentos para nada. Trabalhava e ganhava seu dinheiro do jeito que a sociedade chama de informal. Ele acreditava que era a maneira certa de se viver. Quanto menos papéis você assina, mais confiança temos que ter uns nos outros e talvez seja essa a grande sacada. Se vivemos em conjunto e uns dependem dos demais, a gentileza deve ser real, porém nenhum convívio deve ser obrigatório. Caso não haja saída, novamente quem deve reger, e somente é, a gentileza.
Contos Curtos da Vida Lá Fora 