Ele e ela estavam sentados em uma mesa dessas de praia, porém em uma rua de asfalto firme. O toldo era branco e a barra que o segurava estava reluzente. Mostrava o reflexo deles, e do sol que havia naquele final de tarde em que pintam o céu com cores que você não encontra em uma caixa de lápis de cores ou em tubos de tinta. Conversavam a toa, “essa poderia ser uma prova de que Deus existe, por que quem é que pinta o céu com aquelas cores?” O trivial seria o lindo de viver então. Assuntos banais desperdiçados com um drink nas mãos, sorrisos brancos e largos. Seriam reais? Por momentos, eram sim, ele a amava, ela o amava. Seguravam alguma coisa, uma das mãos dela estava sobre a dele, e depois uma outra dela e a dele. Apertavam de uma forma doce, para sentir que estava tudo bem, que aquela realidade que permaneciam segurando era por escolha deles, e que assumissem tudo, consideravam o casal mais lindo daquele breve instante.