Encontrei com essa garota cheia de tranças coloridas na cabeça num pequeno túnel onde um saxofonista fazia um belo som. Ela estava encostada na parede, olhava perdida a música, olhava perdida o tudo… Sentamos um do lado do outro após ela rodear um tempo. Visivelmente maluca, não entendi em que momento ela estava na terra ou em algum outro sistema planetário… E às vezes ela soltava um sorriso enorme, arregalava os olhos e a gente conseguia se entender. Disse não fumar maconha, mesmo assim com um jeitão de chapada, como uma criança ingênua, dessas que fazem amizades com qualquer um no parquinho, ficou ali conversando comigo, dizendo esperar por alguém, ou por alguma coisa que pudesse acontecer, mas sem se preocupar, simplesmente levando. Se fôssemos mais assim, teríamos mais sorrisos sinceros e amizades puras como as infantis, como o sorriso da garota de trancinhas coloridas.